Compra e venda de carro requer atenção; Saiba o que verificar na hora de fechar negócio

Para fazer bom negócio no mercado de usados, é preciso fazer uma boa avaliação do carro. Como o mercado está aquecido, há até consultores especializados em avaliar automóveis (serviço pago). 

Dá para perceber que o carro está muito rodado? Sim. Nem sempre dá para confiar no hodômetro (instrumento que mede a distância percorrida pelo carro), pois ele pode ter sido adulterado. 

Alguns indícios de que o carro já rodou bastante: 

1. Manopla de câmbio e volante lisos;
2. Pedal do freio desgastado indica que ele passou dos 70.000 km;
3. Marcas irregulares de desgaste nos pneus, que podem significar falta de alinhamento e problemas na suspensão;
4. Balance o carro segurando o para-choque e depois solte. Se ele continuar se mexendo, é sinal de que os amortecedores estão gastos.
6. Como saber se o motor está bom? Algumas dicas: 

1. Procure vazamentos de óleo (motor muito limpo pode ter sido lavado);
2. Verifique as juntas do cabeçote: elas não podem estar muito limpas (indica que foram lavadas para esconder vazamento) nem sujas de óleo (indício de vazamento). Marcas e manchas de óleo no contorno mostram que foram reapertadas e podem estar empenadas;
3. Se o carro demorar a pegar, os bicos injetores estão sujos;
4. Óleo muito escuro e abaixo do nível também são sinais de que o proprietário é desleixado;
5. Fumaça branca ou azul saindo do escapamento indica que o veículo está queimando óleo.

Como avaliar o aspecto externo de um usado?

1. Pintura recente e ondulações são sinais de que o carro foi batido;
2. Verifique o vão entre partes (como capô, grade ou para-choque); se ele for grande, as peças foram trocadas;
3. Repare se há ondulações nas paredes do cofre do motor; elas indicam que o carro pode ter sido batido (pintura nova nas áreas próximas é outro indício de batida);
4. Parafusos de outra cor em chapas e peças da carroceria também indicam reparos;
5. Cheque se as portas estão desalinhadas;
6. Marcas de ferramenta e arranhões em peças como faróis e lanternas revelam se elas já foram trocadas;
7. Procure pontos de solda além dos originais de fábrica.

Que reparos vale a pena fazer antes de vender?

1. Carro com cara de bem tratado é mais bem avaliado. Riscos na lataria ou lanterna trincada, por exemplo, depreciam o valor do carro na revenda mais do que o custo do reparo. 
2. É comum o comprador abater R$ 500 no valor do carro para refazer a pintura um defeito que pode ser eliminado com uma cristalização, que custa, em média, R$ 80. 
3. Uma simples troca do reservatório de água, que geralmente suja, dá um aspecto de boa manutenção ao abrir o capô do carro. Vazamentos de óleo também causam má impressão e espantam compradores. 

Alguns reparos simples que valem a pena são: 

1. Troque os vidros trincados;
2. Substitua o insulfilm desbotado;
3. Troque bancos rasgados;
4. Encape o volante;
5. Substitua a borracha dos pedais;
6. Verifique o óleo;
7. Faça uma higienização interna;
8. Lave e encere antes de mostrar ao futuro comprador;
9. O espelhamento da pintura rejuvenesce a cor e o brilho

Fontes: Assovesp (Associação dos Revendedores de Veículos Automotores do Estado de São Paulo), Sindirepa-SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos do Estado de São Paulo), Mecânica do Gato e Bosch. 

Financiamento: 

1. As opções para financiar um carro novo são: crédito em banco, em banco da montadora, leasing e consórcio.  
2. As taxas de juros variam de acordo com o banco e a modalidade de financiamento. O cliente pode negociar o dinheiro com o banco e comprar o veículo ou fechar um plano na loja, com financeiras ou bancos de montadoras.  
3. Há muitas montadoras que abriram bancos e que operam em conjunto com as concessionárias. Verifique atentamente com a taxa mais vantajosa e as regras do contrato de financiamento. 

O que é CDC (Crédito Direto ao Consumidor)? 

Fazer empréstimo no banco para comprar o carro. O veículo fica registrado no nome do comprador, mas alienado ao banco, e não pode ser negociado até que sejam pagas todas as prestações.

 O que é leasing? 

Financiamento em que o veículo é registrado no nome do banco ou da empresa financeira e só pode ser transferido para o comprador depois que todas as prestações forem pagas.

 O que é consórcio?  

O comprador paga cotas mensais e recebe o carro quando é sorteado, se der lance ou no final do contrato, desde que esteja com as prestações em dia. 

O que acontece a quem para de pagar o financiamento? 

1. O consumidor pode perder o carro. No CDC, o banco pode entrar com uma ação na Justiça para usar o carro que já está alienado em seu nome. Leiloa o veículo e usa o valor para pagar as parcelas restantes do financiamento (o dinheiro que sobrar é devolvido ao consumidor).  
2. No leasing, como o carro está em nome do banco ou da empresa financiadora, ela tomará o carro do consumidor, que não recebe nada e perde o que já pagou.  
3. No consórcio, o consumidor perde direito ao carro, mas pode ser ressarcido da parte que já pagou, mas apenas no final do contrato. 

Fontes: Banco Central do Brasil e Fundação Getulio Vargas