A Federação Nacional dos Trabalhadores em
Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), aceitou nessa
terça-feira (4) proposta da direção dos Correios para colocar fim à
greve que começou no dia 14 de setembro. O acordo vai ser levado para
votação em assembleias e, se aprovado, os funcionários retornam ao
trabalho na quinta-feira. O documento precisa ter o apoio de pelo menos
18 dos 35 sindicatos vinculados à Fentect para passar a valer. Os
sindicalistas concordaram em ter seis dias de trabalho descontados a
partir de janeiro, sendo meio dia por mês, num total de 12 parcelas.
Quem preferir, pode autorizar desconto em período menor. O desconto dos
dias parados era o principal entrave para um acordo que colocasse fim à
paralisação.
A proposta prevê ainda pagamento de aumento real
de R$ 80 retroativo a 1º de outubro. E o reajuste de 6,87% nos salários e
benefícios a partir de 1º agosto. Os trabalhadores também aceitaram
trabalhar durante finais de semana e feriados para colocar em dia as
entregas atrasadas. Foram quatro horas de negociações até o acordo ser
fechado. "Não foi a melhor proposta, mas foi a proposta possível. Depois
de 21 dias de greve, os funcionários estavam ansiosos para voltar ao
trabalho", disse o secretário-geral da Fentect, José Rivaldo da Silva. O
vice-presidente de Gestão de Recursos Humanos dos Correios, Larry de
Almeida, disse que a previsão é de que as entregas sejam normalizadas
até a próxima semana em todos os estados, com exceção de São Paulo, Rio
de Janeiro e Bahia. Nesses três estados, o trabalho deve levar mais
tempo. Cerca de 136 milhões de correspondências estão atrasadas hoje no
país. Almeida disse que a negociação com o sindicato foi "difícil", mas
afirmou que o acordo "conjuga os interesses dos trabalhadores, da
empresa e, acima de tudo, os interesses da sociedade." G1
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