segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Polícia Federal reforça versão de que agressor de Bolsonaro atuou sozinho

Polícia Federal reforça versão de que agressor de Bolsonaro atuou sozinho
Foto: Divulgação/ Polícia Militar
A Polícia Federal afastou a suspeita de que Adélio Bispo de Oliveira, que no último dia 6 tentou matar o candidato Jair Bolsonaro (PSL-RJ) em Juiz de Fora (MG), tenha recebido pagamento em sua conta bancária para executar o crime. A investigação concluiu que o dinheiro localizado com Oliveira tem apenas "origem sustentável", como uma rescisão recente pelo trabalho em um escritório de advocacia, e remuneração pelo trabalho de garçom, pelo qual recebia cerca de R$ 70 por dia. As informações são da Folha de S. Paulo. A PF apurou que o cartão de crédito internacional encontrado em poder de Oliveira na verdade nunca foi utilizado e foi emitido automaticamente pelo banco logo após o valor da mesma rescisão trabalhista ter sido depositado em sua conta. Em teorias conspiratórias compartilhadas em redes sociais, o cartão também foi citado como suposta evidência de que Oliveira teria recebido dinheiro de origem suspeita. 
A investigação também concluiu que o computador pessoal localizado com Oliveira não era recente nem caro, ao contrário do propagado em redes sociais. O aparelho era antigo e estava quebrado, tendo sido usado pela última vez no ano passado. Dos quatro telefones celulares encontrados com Oliveira, apenas dois estavam em atividade, e nenhum foi comprado nas semanas anteriores ao crime. Segundo outra conclusão da PF, em razão dos acertos trabalhistas recentes Oliveira tinha condições financeiras próprias de pagar adiantado R$ 400 por hospedagem numa pensão em Juiz de Fora, onde ele disse que procurava emprego. Foi apreendido com Oliveira um recibo que comprova o pagamento. Também foram investigadas todas as pessoas citadas em redes sociais como supostos cúmplices que teriam repassado a faca a Oliveira no dia do atentado. A PF descartou todas as informações, que eram falsas. Pelo menos uma mulher inocente marcada em redes sociais foi perseguida, recebeu ameaças e teve que procurar a PF para obter proteção. Em um açougue em que Oliveira trabalhou em Curitiba (PR), a PF apurou que Oliveira era conhecido por manejar muito bem facas. Normalmente um novo contratado recebia um "padrinho", responsável por tutelar o novo cortador de carnes. No caso de Oliveira, o próprio açougue dispensou o uso do "padrinho", ao constatar que ela sabia usar as lâminas. Oliveira também teria trabalhado como sushiman, preparador de carnes de peixe em restaurantes japoneses, o que também demanda um bom uso de facas. Sobre a faca, um exame feito por peritos criminais federais do INC (Instituto Nacional de Criminalística) apontou traços de DNA de Bolsonaro na lâmina, de cerca de 20 centímetros, o que confirma que a faca foi a mesma usada no crime. Oliveira tinha a faca consigo muitos meses antes do crime. Em um dos três depoimentos que prestou à PF, Oliveira disse que decidiu esfaquear Bolsonaro três dias antes da chegada do presidenciável a Juiz de Fora e que soube que ele estaria na cidade porque viu um outdoor numa rua da cidade. Ele afirmou ter feito uma fotografia do painel. Ao analisar a memória do telefone celular de Oliveira, a PF de fato encontrou a fotografia, tirada no mesmo dia indicado por Oliveira. O delegado regional de Combate ao Crime Organizado da PF de Minas Gerais, e presidente do inquérito, Rodrigo Morais, informou que o inquérito que trata do ato do crime em si deverá ser finalizado até a próxima sexta-feira (28), mas ao mesmo tempo será aberto um novo inquérito para investigar supostos mandantes ou pessoas que teriam instigado o crime, ainda que não exista nenhuma indicação sobre isso até o momento. (Tribuna da Bahia)

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