Com
uma temperatura que chega frequentemente à casa dos 40 graus Celsius, o
município de Curaçá, no extremo-norte do estado, é o que se pode chamar
de forno a céu aberto. Obviamente, o clima semiárido local está longe
de ser o mais apropriado para estocar o leite fornecido pelo programa
federal Fome Zero, que vem de um caminhão frigorífico de Paulo Afonso,
sob responsabilidade da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e
Combate à Pobreza (Sedes), para ser distribuído à população cadastrada.
Mas é justamente isso que tem acontecido, segundo denúncia do vereador
Theodomiro Mendes (PR), que registrou em imagens as péssimas condições
do Mercado Público, na sede do município. Após denúncias de moradores
que receberiam o leite “talhado”, o edil fez fotos do local, que recebe
cerca de 800 litros do produto por dia, e não possui câmaras
refrigeradoras suficientes para armazenar o material que fica jogado em
prateleiras em temperatura ambiente. “Fui procurado por gente que estava
recebendo o leite estragado. Ele deveria ser colocado em câmaras frias e
não é que o está acontecendo”, aponta Mendes. A distribuição é de
responsabilidade da Secretaria Municipal de Ação Social, que foi
denunciada pelo republicano em pronunciamento na Câmara na última
semana. “Fotografei e levei a denúncia para a Câmara [dos Vereadores],
mas até agora não recebi nenhuma resposta. Vou encaminhar essa denúncia
ao Ministério Público Federal com as fotos para que eles apurem”,
afirmou.
por Felipe Campos
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