terça-feira, 24 de abril de 2012

Câncer de intestino: exame reduz mortalidade


O câncer de intestino é o terceiro mais incidente na população brasileira e estima-se que 30 mil novos casos sejam detectados neste ano. No final de fevereiro, a atriz Betty Lago descobriu um tumor no intestino durante uma cirurgia para retirada da vesícula. A atriz está na fase da quimioterapia, parte do tratamento contra o câncer. 
Mas um estudo divulgado em fevereiro deste ano revelou que a colonoscopia, exame que utiliza uma câmera que permite visualizar internamente o intestino e encontrar possíveis sinais de tumores, é capaz de prevenir o câncer de intestino e reduzir até pela metade o número de mortes pela doença. “O câncer de intestino, ou colorretal, é uma doença silenciosa que pode ser facilmente evitada. Ele se desenvolve a partir de pequenas lesões benignas chamadas de pólipos que surgem no intestino”, explica o médico coloproctologista e especialista em câncer de intestino João Gomes Netinho
O estudo foi realizado por pesquisadores do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York, nos EUA. Foram acompanhados 2602 pacientes, divididos em dois grupos, durante mais de 20 anos. Foi observado que o grupo que fez colonoscopia teve um índice de mortes reduzido pela metade, comparado ao grupo que não fez os exames. Netinho explica que quando os pólipos são encontrados precocemente e retirados o mais rápido possível, as chances de desenvolvimento do câncer é mínima.  
Segundo o médico, a colonoscopia possibilita agir antes do câncer se instalar no organismo. “O estudo realizado pelo instituto de Nova York é muito valioso porque qualifica os benefícios em longo prazo da prevenção pela retirada dos pólipos intestinais graças ao exame”, esclarece o médico que recomenda que o procedimento seja feito regularmente em pacientes com mais de 50 anos que tenham ou não casos de câncer na família e em pacientes com hábitos alimentares pouco saudáveis. Hábitos de vida saudáveis podem também reduzir as chances de desenvolvimento de tumores no intestino.  
Netinho explica a relação entra a alimentação e a incidência de casos de câncer de intestino: “As fibras são responsáveis pelo funcionamento adequado do organismo. Pessoas com intestino preso consomem menor quantidade de fibras, o que faz com que as fezes tenham contato com a parede do intestino por mais tempo. Isso causa lesões nas paredes do intestino, aumentando as chances de desenvolvimento da doença”, conclui. (Band)

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