Para Fernando Elias José, autor do livro “Concursos: Faça Sem Medo –
entenda, domine e supere os desafios” (Editora Artes e Ofícios), o
desempenho em um concurso depende não só da parte técnica, mas também da
emocional e de uma pitada de sorte. “ [Preparar-se para um concurso] é
como construir as casas dos três porquinhos: o seu conhecimento pode ser
de palha, madeira ou alvenaria. Não adianta construir correndo uma casa
de palha porque, na hora da prova, acabou”, explica Fernando. Assimilar
o conteúdo exigido requer mais do simplesmente passar horas estudando.
Jornadas superiores a seis ou oito horas diárias podem comprometer o
bem-estar físico e emocional. Isso porque o cérebro reage como qualquer
músculo submetido a uma série enorme de exercícios: entra em fadiga.
“O
ideal é estabelecer um programa em que a pessoa não faça mais do que
duas horas seguidas de estudo, sem intervalos. Uma pausa de 15 a 20
minutos já é o suficiente”, avalia Homero Reis, presidente da Homero
Reis & Consultores, empresa especializada em gestão de pessoas
e equipes de alto desempenho. Se precisa estudar em pleno sábado ou
domingo,
vale deixar a pausa mais prazerosa com uma corrida no parque ou
uma sessão de cinema. Fernando compara a preparação para um concurso a
uma prova de resistência, como uma maratona, e ressalta que a velocidade
não importa.
“Respeite o seu ritmo, não se compare,
não olhe o programa do vizinho. Concurso é uma questão de resistência,
não de velocidade. Isso vale para a preparação, para a prova e para o
pós-prova. Comece a estudar aos poucos, não vá de arrancada porque senão
você se cansa rapidamente”, aponta.
Sob medida
A
atitude individual conta muito ao se preparar para um concurso. Por
isso, estudar sozinho ou em grupo depende do perfil de cada um. “Costumo
dizer que carreira pública é carreira solo. Trata-se de envolver-se em
um desafio que é meritório - você se torna o que é capaz de oferecer em
termos de resultados”, diz Luiza Ricotta, psicóloga, professora
universitária e coach na área de preparação emocional a candidatos para a
carreira pública. É importante descobrir o seu modo de estudar: há quem
se dê melhor com a memória auditiva, outros se fixam na visual e por aí
vai. “Pense em um corredor dos 100 metros rasos. Ele provavelmente não
dá conta de uma maratona. Da mesma forma, um maratonista não se sairia
bem no tiro de 100 metros. Não é estudando da mesma forma que todos irão
atingir o mesmo objetivo”, compara Homero. Ainda na metáfora esportiva,
mesmo os craques em bater faltas não podem parar de treinar a jogada.
“Quanto mais repetições, melhor para memorizar. Como as provas são muito
concorridas, os mínimos detalhes contam”, avalia Fernando.
Cuide
também da alimentação e de ter um bom sono . “O sono é um momento de
descanso ativo, quando a sua mente organiza o que foi aprendido durante o
dia”, diz o escritor. Para evitar uma crise de ansiedade na véspera e
na hora do exame, 24 horas antes faça algo diferente e divertido. Além
de desanuviar a mente, a técnica ajuda a sedimentar o conhecimento. Só
não vale inovar quanto à alimentação, para evitar surpresas
desagradáveis. Na sala, procure dar um tempo para o seu organismo se
habituar ao lugar e gaste algum tempo folheando a prova. Se a ansiedade
insistir em aparecer, respire fundo, preencha o peito e o abdôme. E
libere o ar naturalmente. Logo, coração e mente voltam ao normal. E
confie na sorte – diz que ela sempre dá uma ajudinha aos bem preparados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário