O governo terminou mais cedo para 274 dos 5.563
prefeitos eleitos ou reeleitos nas últimas eleições municipais, o que
representa 4,9% do total.
Entre
2005 e 2008 - período do mandato anterior -, o total de gestores
cassados tinha chegado a 296. A expectativa é que a marca seja
ultrapassada nesta legislatura, até dezembro do ano que vem, quando
terminarão os governos.
Levantamento
promovido pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) aponta que
38,1% dos casos foram motivados por ações de improbidade administrativa
e, em 36,9% deles, por infrações à legislação eleitoral.
Os estados de Piauí - o campeão, com 50 cassados -, Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso lideram o ranking da troca de cadeiras.
Parte
dos políticos que perderam o mandato e ficaram inelegíveis se mantém na
corda bamba, com uma sucessão de decisões judiciais que garantem a
permanência nas prefeituras.
A
maioria das ações que levaram às cassações foi motivada por desvios de
verbas e falta de comprovação do uso do dinheiro público. Há ainda
prefeitos reeleitos que tiveram contas do mandato anterior reprovadas.
Em
processos envolvendo campanhas eleitorais, as principais razões para a
perda de mandato são a compra de votos, irregularidades na prestação de
contas e uso indevido de meios de comunicação.
Professor
de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), João Paulo
Peixoto aponta duas razões para o número alto de cassações no país:
“Há
uma combinação de despreparo com mau uso do dinheiro público.
Profissionais com o perfil de gestores fogem da política porque a
população tem uma imagem ruim dos políticos. Pessoas despreparadas que
se elegem acabam formando equipes de trabalho fracas, com indicações
políticas e pessoais, sem critério técnico”, afirma o professor.
Fonte: Jornal "O Globo"